quinta-feira, 18 de junho de 2009

Efêmero pote de ouro

Desde que o mundo é mundo, o homem busca, incessantemente, a felicidade. A plenitude da mesma, considerada utópica, é prioridade na vida do ser humano. Todos os caminhos e objetivos traçados são em prol do achamento do pote de ouro no fim do arcoíris. Mas onde encontrar este ouro ?
Desde os primórdios, o homem tem a necessidade de acreditar em algo superior para responder às suas perguntas. Mas se o tal pote for uma ilusão, significa que não é possível alcançar a felicidade permanente e completa ?
Talvez ele não exista mesmo, o que explica a efemeridade do sentimento abstrato do texto.
Ou, talvez exista sim, porém de forma subjetiva. Onde você encontra sua felicidade, pode ser que eu não encontre a minha. Um pote, um ouro, um arcoíris diferentes para cada um.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Procurando uma cura

Até existia, em algum canto de sua mente, a lembrança de ter se sentido sempre bem. Mas era tão vaga, que não tinha certeza se era um sonho ou na verdade, uma realidade efêmera.
Ela já nem se lembra como ou quando aconteceu. Até pouco tempo, mal sabia o que a afligia. Agora pelo menos sente...sente que os dias são sempre iguais, o marasmo tomou conta do seu dia-a-dia e consumiu toda a sua alma, a transformando em uma simples marionete da rotina, uma marionete oca.
E o que fazer com esse vazio?
A responta para essa pergunta é justamente o que ela gostaria de ter, mas tudo que encontra é o nada, assim como em tudo na sua vida.
E tudo bem que seja assim. O comodismo a mantém sedada contra a dor na maior parte do tempo. E quando o efeito da suposta morfina passa, vem à tona todos os pensamentos que põe em questão o quanto vale a pena continuar levando o vazio a diante ou se vale a pena lutar para que o mesmo seja revertido.
Ela não consegue se desvencilhar daquilo que devora seu melhor sorriso e nem o bons momentos são capazes de minar esta enfermidade. E quanto mais o tempo se arrasta, mas parece não ter cura a tal doença. E o desespero vai tomando conta, encurralando-a em mínimos metros cúbicos e sugando-lhe o ar.
E mais uma vez, ela se depara com resposta nula, salvação nenhuma. E em busca de algum fôlego para descansar, seus olhos esbarram na luminosidade da lua que adentra o quarto e seu corpo. Por míseros segundos ela esquece todas as preocupações...infelizmente por míseros segundos. Entretanto, pela primeira vez em muito tempo, ela descobre um emplastro que pode finalmente cessar sua angústia.

Ela abriu a janela e fechou os olhos. Então se jogou, a fim de encontrar o entorpecimento causado pelo remédio. De início foi atingida por uma rajada de vento fortíssima. Mas em um instante aquela ventania se transformou na brisa mais suave que já havia sentido, uma brisa que percorreu todo seu cabelo e infiltrou-se em cada ponto de seu ser, lavando-a de toda e qualquer doença.
E naquela noite, naquele exato momento, ela sentiu uma liberdade infinita, uma paz inexplicável.